Somos todos (as) brancos de olhos negros, somos todos negros de olhos azuis, somos todos amarelos de olhos verdes. Somos índios, mulatos, cafuzos, caboclos, branquelos, japas, chinas, tiroleses, galegos, polacos. Somos. Somos europeus, africanos, árabes, asiáticos, americanos. Somos todos gente, pessoas - não basta? Somos todos humanos com sangue nas veias e dores e amores, não basta? Não, para alguns, é preciso classificar. Separar por tribo, por caixinha, por classe, por pensamento, por ideologia, pela bandeira, pelo local onde se nasceu, pela religião que se professa. Pela cor da pele e dos olhos. Pelas roupas, pelo jeito. Pelos partidos. Para estes ou aqueles, devemos ser isso ou ser aquilo. Ser assim ou assado. Contra ou a favor. Esquerda ou direita. Do norte ou do sul. Classificados.Identificados. Pois quando se trata de preconceito, todos estamos à mercê do mesmo micróbio. Vírus, germe, monstro chamado intolerância. Na visão dividida entre estes e aqueles, entre nós e os outros.