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Mostrando postagens de novembro, 2009

Intolerância...

Somos todos (as) brancos de olhos negros, somos todos negros de olhos azuis, somos todos amarelos de olhos verdes. Somos índios, mulatos, cafuzos, caboclos, branquelos, japas, chinas, tiroleses, galegos, polacos. Somos. Somos europeus, africanos, árabes, asiáticos, americanos. Somos todos gente, pessoas - não basta? Somos todos humanos com sangue nas veias e dores e amores, não basta? Não, para alguns, é preciso classificar. Separar por tribo, por caixinha, por classe, por pensamento, por ideologia, pela bandeira, pelo local onde se nasceu, pela religião que se professa. Pela cor da pele e dos olhos. Pelas roupas, pelo jeito. Pelos partidos. Para estes ou aqueles, devemos ser isso ou ser aquilo. Ser assim ou assado. Contra ou a favor. Esquerda ou direita. Do norte ou do sul. Classificados.Identificados. Pois quando se trata de preconceito, todos estamos à mercê do mesmo micróbio. Vírus, germe, monstro chamado intolerância. Na visão dividida entre estes e aqueles, entre nós e os outros.

A sociedade somos nós.

O Henrique, meu amigo e leitor do BLOG DO GAULIA, fez uma observação importante recentemente me perguntando sobre a questão do porta voz da PM do Rio de Janeiro que foi punido após suas declarações, diante dos acontecimentos trágicos que envolveram a morte de um cidadão carioca e o comportamento ultrajante de um oficial da polícia militar. Acredito que tudo isso se deve à inversão de valores, que tem ocorrido na nossa sociedade: quando o errado diz que está certo, quando o imoral diz que ele é que tem moral, quando o criminoso diz que é vítima ou quando quem devia dar o exemplo joga sujo a ponto de deixar a comunidade estarrecida. No entanto, a sociedade brasileira não é uma entidade distante. A sociedade somos nós. Os bandidos somos nós, os heróis somos nós, a PM somos nós. Não adianta apontar para o outro com dedo inquisidor. O que estamos vivendo é nosso espelho coletivo. O sistema que aí está é feito de gente como a gente - ou nós tomamos vergonha ou nada muda nesse cenário.