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Mostrando postagens de abril, 2020

Solidão e isolamento podem nos matar?

O quadro "Notívagos" de Edward Hopper foi pintado em 1942, após o ataque à Pearl Harbour na II Guerra Mundial. Nestas últimas semanas creio eu que voltamos aos tempos da guerra, mas agora, uma batalha diária contra dois invisíveis inimigos. Inimigos que podem estar dentro de nós mesmos. Um deles instalado nas nossas mentes, como um fantasma. Seu nome é o medo. O outro, que pode chegar pelo ar ou num aperto de mãos está todo dia na mídia, nos telejornais. E apesar da conexão digital, tão alardeada como uma inovação obrigatória e salvadora das nossas rotinas, estamos isolados. Distantes. Sozinhos. Como os personagens no quadro de Hopper. Ao olhar para a rua vazia na penumbra quase sepulcral é inevitável comparamos com nossa realidade. Basta irmos para a janela, de madrugada. Em contraste, o bar pulsa vida. Na verdade, uma vontade teimosa de viver, de ficarmos acordados até que o dia amanheça e traga esperança com a luz divina do

Um basta ao medo.

The Man Made Mad with Fear é uma pintura criada por Gustavo Courbet, artista francês pioneiro do estilo realista, em 1843. A imagem me impressionou neste momento de medo e loucura que estamos atravessando. Como comunicação, imagem e percepção são meus assuntos preferidos, compartilho com vocês essa obra. Aliás, sobre o medo, para pensarmos juntos, o advogado Raphael Boldt em "Criminologia midiática" escreveu: "O medo se tornou base de aceitação popular de medidas repressivas penais inconstitucionais, uma vez que a sensação do medo possibilita a justificação de práticas contrárias aos direitos e liberdades individuais". Pensem nisso. E o que conhecemos como mídia tem se configurado num processo de propagação do medo, através de um aglomerado repetitivo de imagens e informações cujo teor e impacto causam ansiedade, imobilismo e perplexidade. Precisamos de boas notícias para reduzir essa angústia. Os indivíduos, nesse contexto, adoecem nã