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Mostrando postagens de 2020

Solidão e isolamento podem nos matar?

O quadro "Notívagos" de Edward Hopper foi pintado em 1942, após o ataque à Pearl Harbour na II Guerra Mundial. Nestas últimas semanas creio eu que voltamos aos tempos da guerra, mas agora, uma batalha diária contra dois invisíveis inimigos. Inimigos que podem estar dentro de nós mesmos. Um deles instalado nas nossas mentes, como um fantasma. Seu nome é o medo. O outro, que pode chegar pelo ar ou num aperto de mãos está todo dia na mídia, nos telejornais. E apesar da conexão digital, tão alardeada como uma inovação obrigatória e salvadora das nossas rotinas, estamos isolados. Distantes. Sozinhos. Como os personagens no quadro de Hopper. Ao olhar para a rua vazia na penumbra quase sepulcral é inevitável comparamos com nossa realidade. Basta irmos para a janela, de madrugada. Em contraste, o bar pulsa vida. Na verdade, uma vontade teimosa de viver, de ficarmos acordados até que o dia amanheça e traga esperança com a luz divina do ...

Um basta ao medo.

The Man Made Mad with Fear é uma pintura criada por Gustavo Courbet, artista francês pioneiro do estilo realista, em 1843. A imagem me impressionou neste momento de medo e loucura que estamos atravessando. Como comunicação, imagem e percepção são meus assuntos preferidos, compartilho com vocês essa obra. Aliás, sobre o medo, para pensarmos juntos, o advogado Raphael Boldt em "Criminologia midiática" escreveu: "O medo se tornou base de aceitação popular de medidas repressivas penais inconstitucionais, uma vez que a sensação do medo possibilita a justificação de práticas contrárias aos direitos e liberdades individuais". Pensem nisso. E o que conhecemos como mídia tem se configurado num processo de propagação do medo, através de um aglomerado repetitivo de imagens e informações cujo teor e impacto causam ansiedade, imobilismo e perplexidade. Precisamos de boas notícias para reduzir essa angústia. Os indivíduos, nesse contexto, adoecem nã...

Roger Scruton - Discurso na Intercollegiate Studies institute (2019)

  UMA COISA CHAMADA CIVILIZAÇÃO É uma grande honra ser nomeado Defensor da Civilização Ocidental para o ano de 2019 pelo ISI, uma organização da qual faço parte há muito tempo e cujo trabalho parece ser cada vez mais importante e necessário, não apenas para os jovens, mas também para nós, que somos de uma geração mais antiga e estamos tentando comunicar aquilo que sabemos. A civilização ocidental sofreu muitos ataques justamente por ser ocidental . A palavra ocidental se transformou num termo padrão de abuso por muitas pessoas no mundo atual e, em particular, por pessoas que não têm a menor idéia do que ela significa histórica, metafísica ou poeticamente. Nossa civilização ocidental não é uma pequena obsessão peculiar e limitada de pessoas que vivem em uma determinada parte geográfica do mundo. É uma herança em constante expansão, incluindo coisas novas constantemente. É algo que nos deu o conhecimento do coração humano, que nos permitiu produzir não apenas economias ma...